Luto
Em 2018 registaram-se 113.051 óbitos de residentes em Portugal, mais 3.293 (3%) do que em 2017. A maior parte correspondeu a pessoas com idades iguais ou superiores a 75 anos. O processo de luto é uma das experiências mais dolorosas e intensas que qualquer ser humano pode vivenciar.
QUAIS OS SINTOMAS
- Negação: é um mecanismo de defesa utilizado no processo de luto. O indivíduo é incapaz de aceitar racionalmente este momento doloroso, negando-o de uma forma por vezes inconsciente;
- Culpa: por vezes existem sentimentos de culpa associados à perda de um ente querido. Surgem sentimentos de frustração e arrependimento “o que podia eu ter feito de forma diferente…” “…podia ter sido evitado…”;
- Entorpecimento: sentimentos de descrença, choque e desamparo surgem associados à dificuldade em aceitar a perda;
- Ansiedade: manifestações intensas de choro e mágoa profundas. A não possibilidade de contacto com o ente querido acaba por criar crises intensas de ansiedade e revolta;
- Raiva: desespero, hostilidade e tristeza profunda.
A não aceitação da perda ocorre frequentemente, levando muitas vezes a que o indivíduo que passa pelo processo se revolte contra todos os envolvidos, amigos, familiares, médicos e contra si mesmo. Existe na grande maioria dos casos um afastamento e desvinculação do convívio social ou seja, dos amigos e da família, perdendo-se o prazer e o interesse pelo mundo externo. De uma forma geral, associamos a palavra luto à perda de um ente querido, embora seja verdade, é relevante salientar que o mesmo processo e muitas vezes os mesmos sintomas são sentidos aquando outras perdas, tais como o fim de um casamento/namoro, a perda do emprego, a perda de um animal de estimação, entre outros.
É essencial para o equilíbrio pessoal que o processo do luto seja resolvido da melhor forma, sem que existam bloqueios ou mágoas que perdurem eternamente. Por vezes não nos é dada a oportunidade de nos despedirmos convenientemente daqueles que amamos, de dizermos tudo aquilo que gostaríamos de ter dito, de dizermos simplesmente “amo-te” ou “perdoo-te”. É necessário que exista um processo de luto que naturalmente reequilibre o indivíduo após este acontecimento traumático. Existem muitos casos de lutos mal resolvidos, que caso não sejam devidamente sinalizados e tratados podem desencadear em estados depressivos que com o passar do tempo se vão agravando.