Regresso às aulas: os pais que são professores nas horas vagas
A ida dos nossos filhos para a escola pressupõe alterações nas rotinas diárias de uma família quando comparadas com os meses de férias.
As mesmas quando não são organizadas convenientemente implicam sempre algum desgaste físico-emocional, caminhando todas as atividades implícitas a uma família para a não resolução correta de todas as situações e, com estes acontecimentos potenciam-se focos de atrito e de conflito, que nem sempre são resolvidos dentro da família. Por tudo isto, a família tende a criar focos de disfunção com ausência de comunicação e sem difusão correta da relação entre os seus membros.
Assim sendo, os pais terão, antes de mais, que organizarem-se em função dos seus filhos, em função do horário dos mesmos para que dessa forma os possam auxiliar, apoiar e com isto promoverem trocas afetivo-relacionais fundamentais para o desenvolvimento dos seus filhos.
A atividade de auxiliar os filhos nas atividades escolares, na preocupação diária de como correu a escola torna-se um fator predisponente de um percurso escolar mais seguro, menos ansioso e futuramente mais proveitoso para a criança/jovem e para toda a família.
Por tudo isto, os pais terão de ao fim de um dia de trabalho, ao fim de uma semana de trabalho serem professores nas horas vagas potenciando o enriquecimento da aprendizagem. Com esta atividade os pais transmitem aos seus filhos, mesmo em situações de pouca expressão afetivo-relacional, que estão presentes e com isto tranquilizam-nos e minoram alguns conflitos intrapsíquicos tão comuns nas crianças e jovens quando se sentem desprotegidos, leia-se sem o interesse dos seus familiares.
os pais terão de ao fim de um dia de trabalho, ao fim de uma semana de trabalho serem professores nas horas vagas potenciando o enriquecimento da aprendizagem.
Perante isto, os pais têm de obrigatoriamente ter disponibilidade e executarem a tarefa de professor quando necessário, uma vez que, o futuro dos filhos depende em grande parte dos seus ensinamentos.
Embora o dia a dia seja cada vez mais preenchido, não se pode arranjar indisponibilidade para os filhos, pois quanto maior for o alheamento familiar menor será o proveito das trocas afetivo-relacionais e concomitantemente tão prejudiciais para o desenvolvimento do psiquismo da criança/jovem, podendo mesmo interferir em todas as esferas desenvolvimentais.
Os pais de hoje foram os de ontem e serão os de amanhã, logo a sua presença não é uma obrigação mas antes um dever afetivo, vinculatório, educacional, relacional, protecional com estabelecimento de laços familiares sólidos.
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