É possível aprender a amar?
Todos nós nascemos com o objetivo de partilhar tudo o que temos em prol dos que nos rodeiam. Esta é a essência do ser humano não havendo alterações de pessoa para pessoa, existindo sim construções vivenciais que fazem alterar a razão de amar o próximo.
A procura do amor coexiste com a funcionalidade do ser humano e esta é alicerçada na vinculação precoce, ou seja, desde o processo gestacional, o que nos leva para uma evidente responsabilidade dos progenitores. Assim, quanto mais tranquila for a gravidez maior será o controlo emocional do bebé e posterior construção afetiva junto das díades mãe-filho e pai-filho.
Amar não é difícil, uma vez que, poderemos amar sem o saber ou melhor sem a capacidade de interpretarmos esse sentimento. Por vezes, não conseguimos definir um sentimento e isto explica-se pelo bloqueio afetivo que colocamos para não nos magoarmos, pois ter sensibilidade afetiva poderá pressupor em alguns momentos das nossas vidas medo de sofrer.
Amar não é difícil, uma vez que, poderemos amar sem o saber ou melhor sem a capacidade de interpretarmos esse sentimento.
Por conseguinte, teremos de nos relacionar para efetivamente conseguirmos interpretar o amor ao próximo. A capacidade que possamos ter para construirmos relações sociais transporta-nos para um patamar de responsabilização pessoal, que nos permite vivenciar e discernir corretamente as relações que possamos ter ou vir a ter.
Neste sentido, nem sempre escolhemos corretamente quem amamos, pois o sentimento nem sempre vem acompanhado pela maturidade do racional e, assim colocamos o amor como algo belo e quiçá infindável mas também, quando não totalmente satisfeito, identificamo-lo e sentimo-lo como algo doloroso e em muitos casos odioso. E isto acontece, porque a intensidade do sentimento amor não nos permite racionalizar convenientemente levando-nos para algo de irracional dado o impulso, por vezes, algo inconsciente que acompanha o comportamento humano. Perante isto, deveremos sempre arriscar e desta forma construirmos solidamente este sentimento sabendo sempre, que a qualquer momento poderemos não nos sentirmos totalmente realizados e com isto construirmos um desgosto nem sempre bem superado.
Neste sentido nem sempre escolhemos corretamente quem amamos, pois o sentimento nem sempre vem acompanhado pela maturidade do racional e, assim colocamos o amor como algo belo e quiçá infindável
Quando a superação ou melhor a não resolução de uma quebra amorosa acontece poderá acontecer um processo idêntico ao luto, que quando não resolvido pelo próprio poderá passar a ter algo de patológico.
A perda do amor terá de ser sempre resolvida para não corrermos o risco de vivenciarmos as nossas relações sempre com o receio de virmos a perder a pessoa amada, de não a satisfazermos como idealizámos ou porventura recusarmos amar para não sofrermos.
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